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A pele que habito: Gravidez e amamentação pt.1| Que produtos (não) posso utilizar?

sábado, 8 de julho de 2017

Gravidez e amamentação pt.1| Que produtos (não) posso utilizar?


Reparei que pouco ou nada falo sobre produtos para a gravidez e/ou amamentação, que embora sejam de fases maravilhosas da nossa vida podem exigir alguma atenção extra no que toca à escolha de produtos.

Por isso, decidi fazer uma série de publicações d
edicadas às futuras e recém mamãs :)


Tenho que mudar a minha rotina por completo? 

Uma ds perguntas que mais recebo no meu dia-a-dia vem por parte de grávidas ou mulheres a amamentar, e prende-se com a possibilidade ou nao de utilizar determinados produtos. Ja recebi inclusivamente listas de todos os produtos que a pessoa tem em casa para avaliar o que é que poderia ou não seu usado.
Na maioria das vezes a resposta é que sim, pode perfeitamente usar tudo aquilo que já usa, e quase sempre incluo uma frase como "... tratando-se meramente de um cosmético, este produto não será absorvido até à corrente sanguínea, nem constituirá qualquer risco para o bebé.".

Assim, e na verdade, são muito mais os produtos que uma grávida/ mulher a amamentar pode usar do que aqueles que deve evitar. E dentro destes últimos, a escolha dos "proibidos" dependerá também das rotinas que esta tem à priori da gravidez.

Por tudo isto, deixo-vos aquelas que são as minhas linhas orientadoras para definir o que é que uma grávida ou recém-mamã pode ou não usar, tendo em conta a definição de produto cosmético e a evidência que existe da utilização de determinados ingredientes durante a gravidez.


  • Retinóides
É largamente aceite que a isotretinoina, medicamento oral para acne, pode causar defeitos no feto da mulher grávida. Tanto o é que grande parte dos médicos recomendam o uso de anticoncepcionais a par da toma deste medicamento.


No entanto, o paralelismo que muitas vezes é feito entre este medicamento e a maioria dos produtos cosméticos não é de todo correto. Primeiro, pelo facto de o produto cosmético não ser absorvido tal como o medicamento. Depois, porque na industra cosmética utilizam-se formas de retinoides muito menos potentes do que a isotretinoina. Por último, porque as quantidades destas ingredientes que encontramos em produtos cosméticos são francamente baixas.

Apesar de tudo isto, e sob pena de vos parecer pouco coerente, não aconselho produtos contendo retinoides em grávidas. Porquê? Por puro excesso de zelo. Confesso. Mas tratando-se de algo que não é indispensável, e sabendo que provavelmente a mãe não se vai sentir segura, prefiro propôr alternativas.

Para quem está a amamentar, não vejo qualquer problema em utilizar produtos cosméticos que contenham este tipo de ingrediente.

  • Ácidos esfoliantes
    • AHA 
Também conhecidos como ácidos das frutas. Ácido glicólico, lactico, tartarico, málico, cítrico, mandélico...

stes ácidos têm uma ação esfoliante sobre a pele ao conseguirem quebrar as ligações entre as células superficiais, facilitamdo a sua eliminação. O ácido glicólico é o mais potente, e pode ser sensibilizante dependendo da concentração em que se encontra (sendo geralmente bem tolerado até 10%); da facilidade de penetracao do produto específico, e da sensibilidade de quem o aplica. Pessoas com pele sensivel podem não o tolerar sequer a 5%, e quem sofre de rosácea ativa tolerará menos que isso.

Até à data, não se suspeita que nenhum dos AHA aplicado topicamente possa provocar qualquer problema para o bebé.

Acontece sim que durante e logo após a gravidez a pele da mulher fica significativamente mais sensibilizada, e por isso suscetível ao desenvolvimento de irritações, que por si só são mais comuns para elevadas concentrações destes ingredientes, e especialmente com o ácido glicólico.

Por outro lado, ao reduzirem a espessura da epiderme, estes esfoliantes podem propiciar o aparecimento de manchas se a pele não estiver eficazmente protegida da radiação UV. Também o desenvolvimento de manchas é mais provável durante a gravidez.

Alternativas

Antes de mais, ressalvo que é da maior importância utilizar protetor solar durante a gravidez, e especialmente se fazem algum tipo de esfoliação com este tipo de ingredientes.

Quanto ao uso destes ácidos:

- Se nunca utilizou nenhum, apenas recomendo muito baixas concentrações de ácido glicólico, lático, tartárico, málico ou cítrico; a par dos polihidroxiácidos:


- Se já utiliza ácido glicólico, aconselho a reduzir a aplicação a uma concentração maxima de 5%:

- Se apenas utiliza AHAs menos potentes, e a menos que não tolere o produto ou que este seja bastante concentrado, não haverá problema em continuar essa rotina.

Se mesmo com estas indicações generalistas, a pele manifestar alguma irritação; a aplicação do produto deve ser interrompida de imediato.

    • Ácido salicílico

Muito interessante nesta altura, em que podem desenvolver se algumas borbulhas.

No entanto o uso de ácido salicílico durante a gravidez não é muito consensal; mesmo sabendo que a toma oral de baixas doses de ácido acetilsalicilico (aspirina, molécula semelhante) durante a gravidez não tem qualquer consequencia negativa para a gestação.

Após uma vasta pesquisa, e tendo em conta a concentração maxima em que podemos encontrar o ácido salicílico nos produtos cosméticos (2% para não enxaguados), não acredito que a aplicação tópica de produtos contendo este ingrediente e numa área limitada como é o rosto possa constituir qualquer perigo para a saúde da grávida, recém mamã, ou do bebé.

No entanto, e tal como no caso dos AHA, se a pele já se encontra propensa ao aparecimento de manchas é importante que a utilização de produtos contendo este ingrediente seja acompanhada do uso diário de protetor solar.

Assim, e dependendo do quão à vontade a mãe se sente, posso ou não aconselhar produtos contendo este ingrediente, evitando apenas zonas extensas do corpo. Mais uma vez, por excesso de zelo.



  • Rubefacientes
Geralmente os ingredientes rubefacientes encontram-se em produtos anticelulíticos/adelgaçantes ou refirmantes, e podem conter concentrações relativamente elevadas ou combinações de:
    • Extratos de eucalipto, e/ou eucaliptol; 
    • Extrato de menta, e/ou mentol;
    • Extrato de piripiri/pimenta cayenne e/ou capsaicina;
    • Cânfora
    • Derivados do acido nicotínico (nicotinato de metilo, nicotinato de etilo, etc.)
Não há qualquer problema em utilizar estes ingredientes durante a gravidez ou amamentação, a menos que a vossa pele se mostre sensível. Mas neste último caso, recomendo a evitar aplicar estes produtos em redor da mama; e a lavar muito bem as mãos antes de tocar no bebé.

  • Parabenos
Até hoje, não há evidência suficiente para afirmar que os parabenos autorizados para o uso em produtos cosméticos são perigosos para a nossa saúde, quer estejamos ou nao a falar de mulheres grávidas e a amamentar.

Os parabenos são conservantes utilizados há muitos anos, e ao contrário daquilo que muitas vezes é publicitado a maioria das pessoas tolera-os perfeitamente.

Falo-vos destes ingredientes em detalhe aqui.


  • Extratos vegetais
Os extratos vegetais contêm apenas pequenas quantidades de algumas das moléculas que constituem a planta original, e por isso são geralmente inofensivos e também pouco eficazes quando pensamos em efeitos anti-acne, anti-envelhecimento, etc. Ainda assim, pode ser necessário ter em atenção algumas questões:
    • Óleo de soja, Glycine max
Algumas pessoas defendem que o uso de óleo de soja orgânico (não manipulado) poderá não ser muito vantajoso para quem sofre de melasma uma vez que este conterá quantidades residuais de isoflavonas, e estas moléculas poderão levar a um agravamento a pigmentação.

Não quer dizer que isto aconteça, muito menos se este óleo se encontra em concentrações reduzidas num determinado produto. Mas poderá ser um risco.

Existem uma forma de óleo de soja que não contém isoflavonas, e que é designada por "active soy".

    • Óleos essenciais
Durante a amamentação, deve evitar-se aplicar hidratantes sobre a mama que contenham óleos grandes quantidades ou veriedade de óleos essenciais. Normalmente estes produtos encontram-se sob a forma de óleo, mas também de creme, e são bastante perfumados. 

Se gostam de utilizar este tipo de produto, recomendo também lavar muito bem as mãos antes de pegar no bebé.

Por outro lado, acho especialmente importante evitar produtos que contenha óleo de bergamota nesta fase, uma vez que para além de aumentar a sensibilidade da pele à exposição solar, pensa-se também que este óleo possa estimular a pigmentação da pele.

  • Tintas capilares
Os estudos realizados em humanos, inclusivamente em cabeleireiras que estão expostas as estes produtos diariamente, sugerem que não é necessário esperar pelo final da gravidez ou amamentação para voltar a pintar o cabelo, uma vez que tal como os restantes ingredientes cosméticos, também constituintes das tintas capilares não são absorvidos através da pele nem chegam à nossa corrente sanguínea.

Também os vapores, também estes são considerados como não sendo tóxicos nas quantidades em que os podemos encontrar nestes produtos cosméticos.

Se ainda assim tiverem receio podem esperar até ao 2º trimestre, quando a permeabilidade da placenta é menor.


  • Filtros solares
Não, as grávidas não estão limitadas a usar apenas filtros minerais, a menos que não tolerem protetores solares com uma maior variedade de filtros.

E uma vez o uso do protetor solar é da maior importância nesta altura, durante a gravidez tendo a ter ainda mais cuidado em aconselhar protetores que sejam mais confortáveis e agradáveis que for possível.

  • Depilação e descoloração dos pêlos

À excepção da depilação a laser, que por precaução tende a ser desaconselhada durante a gravidez, não há qualquer outra contra-indicação para outro qualquer método depilatório; seja ele o uso de cera quente/fria, cremes depilatórios, máquinas depilatórias elétricas, ou lâmina.

No entanto, e no caso particular da cera quente no rosto, reforço a necessidade da aplicação do protetor solar uma vez que o calor e a fricção podem precipitar ou agravar o melasma.

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