<data:blog.pageTitle/>

This Page

has moved to a new address:

https://apelequehabito.pt

Sorry for the inconvenience…

Redirection provided by Blogger to WordPress Migration Service
A pele que habito: Bakuchiol

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Bakuchiol



O bakuchiol tem sido usado em cosmética como uma alternativa de elevada tolerância aos retinóides. Mas será que faz sentido?

O bakuchiol trata-se de uma substância originária das folhas e sementas da planta babchi (Psoralea corylifolia), e que pode ser encontrada em países como a China, Índia, Coreia e Japão.

No entanto, o bakuchiol foi também identificando em outras plantas, como são a Prosopis glandulosa, Ulmus davidiana, Otholobium pubescens e Piper longum.



Funções

Perfil de expressão genética do retinol e bakuchiol. 
Embora não tenha uma estrutura semelhante à dos retinóides, o bakuchiol terá a capacidade de promover a ativação de alguns genes e consequentemente a expressão de algumas proteínas cuja produção é estimulada pelos retinóides (ver imagem e link para estudo). Entre estas temos enzimas, proteínas percursoras do colegénio, proteínas percursoras da elastina, mas também proteínas transportadoras de retinóides, recetores celulares ativados por retinóides, entre outras. Assim, e além de expressar genes semelhantes, o backuchiol poderá também facilitar a ligação dos próprios retinóides a alguns dos seus recetores.

Paradoxalmente, parece que o bakuchiol não promoverá a expressão de alguns genes associados aos efeitos indesejáveis causados pelos retinóides.

É de realçar que estas ações, determinadas in vitro; nem sempre se verificam ou apresentam na mesma magnitude in vivo.

Um estudo in vitro publicado numa revista não científica verificou que o bakuchiol será capaz de reduzir a produção da enzima 5-α-reductase, que converte a testosterona em di-hidrotestosterona. A di-hidrotestosterona liga-se aos recetores das glãndulas sebáceas, promovendo a produção de sebo.

Neste estudo, o bakuchiol teve uma performance semelhante ao ácido retinóico. 


O stress oxidativo é considerado como sendo uma das principais causas para a progressão do envelhecimento celular. Neste sentido, o bakuchiol pode também ser interessante pela sua capacidade em neutralizar radicais livres; tratando-se de um potencial candidado para a prevenção da peroxidação lipídica, que danifica as membranas celulares, e do dano mitocondrial. O bakuchiol ativará ainda a transcrição de genes importantes para a resistência celular ao stress oxidativo.

Imagem de HuffPost
O bakuchiol terá uma ação semelhante à destas hormoas, ativando os recetores alfa e beta dos estrogénios; tal como por exemplo as isoflavonas da soja. Contudo, estima-se que o bakuchiol seja aproximadamente 180 mais fraco do que o estradiol (estrogénio produzido pelo organismo).

Os estrogénios são hormonas cuja produção se encontra drasricamente reduzida após a entrada na menopausa, e a sua redução é responsável pelos sintomas associados a esta fase da vida da mulher.



Apesar de as plantas de onde o bakuchiol pode ser extraído serem tradicionalmente usadas com este objetivo, o próprio bakuchiol demonstrou atenuar a resposta inflamatória in vitro e em ensaios realizados em ratinhos. 

Além de inibir bactérias associadas a doenças entéricas e da cavidade oral, o bakuchiol parece inibir também o crescimento de patogénios cutâneos como são o Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e fungos dermatófitos (que se alimentam da queratina da pele). 

Estas ações são moderadas, e por isso não se trata de um candidato a medicamento antimicrobiano ou antifúngico.

Pensa-se que o bakuchiol pode ainda inibir a produção de melanina reduzindo a produção de alfa-MSH (alfa-melanocytestimulating hormone) e competindo com o substrato da enzima tirosinase, o que reduz a sua atividade.



Uso em cosmética e dermatologia


  • Anti-envelhecimento
As suas ações "retinol-like", antioxidante e "estrogen-like" fazem do bakuchol um interessante candidato na prevenção e  combate aos sinais do envelhecimento cutâneo. Atualmente, já dispomos também de estudos clínicos que apontam neste sentido.

Um estudo preliminar, com 17 voluntários, testou uma formulação contendo 0,5% bakuchiol sem controlo contra placebo; analisando a pele dos voluntários antes e após 4, 8 e 12 semanas de uso. A uniformidade, luminosidade, secura, firmeza e aparência das rugas melhoraram de uma forma global segundo a apreciação subjetiva dos voluntários e especialistas; porém os autores não indicam em quais dos parâmetros essa melhoria foi significativa. Já a análise profilométrica, que consiste na avaliação do relevo da pele através de réplicas de silicone, mostrou que aspereza da pele reduziu significativamente; bem como uma igual redução, embora menos marcada, da profundidade das rugas.

Num outro estudo, desta vez randomizado, contra placebo e duplo-cego com 44 voluntários; foi aplicado um creme com 0,5% bakuchiol 2 vezes por dia, ou um creme com 0,5% retinol à noite ao longo de 12 semanas. No final das 12 semanas, e após análise computorizada de fotografias, ambos os produtos produziram melhorias significativas na área de superfície de linhas finas comparativamente ao início do estudo, com um maior efeito para o retinol, mas sem que se apreciassem diferenças significativas entre os efeitos de ambos os ativos.

Serão necessários mais estudos neste sentido, a fim de confirmar a sua ação.

Ao possuir uma ação antioxidante e inibidora da produção de melanina, o bakuchiol foi também avaliado relativamente à sua eficácia despigmentante.

O estudo realizou uma avaliação clínica, realizada por dermatologistas; e concluiu que tanto o retinol como o bakuchiol produziram uma melhoria significativa, sem apresentar diferenças entre eles. Já as análises computorizadas determinaram uma melhoria significativa da área superficial pigmentada para ambos os ativos, bem como para intesidade do pigmento para o tratamento com o retinol. Este último aspeto não melhorou com a aplicação do bakuchiol.

Não sendo um ingrediente com forte ação despigmentante, poderá ser um interessante adjuvante em produtos com esta finalidade.

A planta que o contém possui diversos compostos Psoralea corylifolia é usada tradicionalmente no tratamento da psoríase. Contudo, a eficácia do bakuchiol isolado no tratamento da psoríase em humanos permanece desconhecida, até porque esta planta conterá outras substâncias de eficácia marcada.



Imagem de Byrdie
A ação antioxidante, redutora da inflamação, antimicrobiana e potencial do bakuchiol para regular a produção de sebo poderão justificar este uso.

O mesmo estudo que determinou a ação seborreguladora do bakuchiol, e que foi publicado numa revista não científica; avaliou também a ação deste ingrediente em pele acneica. Foram testadas 4 formulações, cada uma delas em 15 volutários: 1%  bakuchiol, 2% ácido salicílico, 1%  bakuchiol  + 2%  ácido salicílico e placebo; sendo que cada uma delas foi aplicada 2x por dia. Utilizando a escala Global  Acne  Grading  System, que avalia lesões inflamatórias e não inflamatórias; a combinação 1%  bakuchiol  + 2% ácido salicílico mostrou ser a abordagem mais eficaz, ficando a formulação 1%  bakuchiol em segundo lugar; à frente da formulação com 2% ácido salicílico.

Uma vez mais, a evidência de que dispomos é promissora mas insuficiente para substituir os retinóides.


O interesse no uso do bakuchiol em detrimento dos retinóides prende-se com a menor incidência de efeitos adversos como são a descamação, prurido, vermelhidão e secura cutânea. 

O produto contendo 0,5% retinol produziu uma descamação significativamente superior em todos os períodos de análise. Contudo, o produto contendo 0,5% bakuchiol produzir uma vermelhidão signfificativamente elevada na 4ª semana de estudo, que foi sendo reduzidas nas 8ª e 12ª semanas. A perceção de "picada" por parte dos voluntários foi significativa para o grupo que usou 0,5% retinol, mas não para aqueles que usaram bakuchiol.

Etiquetas: , , , , , , ,

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial