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A pele que habito: Anatomia de um rótulo #3| Não comedogénico

domingo, 4 de outubro de 2015

Anatomia de um rótulo #3| Não comedogénico

A comedogénese consiste na capacidade de um cosmético estimular a formação de comedões. Os comedões são obstruções aos folículos por onde o sebo é expulso, e podem ser (imagem à direita):
  • Comedões abertos, também chamados de pontos negros. A porção de sebo que contacta com o exterior oxida, o que resulta no seu escurecimento.
  • Comedões fechados, ou pontos brancos
Em ambos os casos, a obstrução do folículo pilossebáceo pode aprisionar sebo, bactérias e células de descamação. Posteriormente podem inflamar, originando as borbulhas e quistos característicos da acne.
Por isso, produtos não comedogénicos são geralmente indicados para peles oleosas ou acneicas, que tendem a desenvolver um ou ambos os tipos de comedões.



Como é determinado?


Os testes para avaliar a comedogenicidade começaram por ser feitos na parte posterior de orelhas de coelhos, por esta pele ser semelhante à pele do rosto humano. O produto/ingrediente em teste era aplicado numa orelha, enquanto a outra servia de controlo. Ambas as orelhas eram analisadas diariamente, e ao fim de alguns dias era feita uma biópsia para avaliar cuidadosamente os folículos sebáceos, que quando obstruídos originam comedões. Estes testes permitiram classificar alguns ingredientes numa escala de comedogénese que varia entre 1 e 5

Entretanto, os testes em animais para a avaliação de produtos cosméticos foram banidos em 2013 na Europa e em 2014 nos EUA.

Por isso, e por ser um método mais fidedigno, atualmente este tipo de teste é realizado em humanos, aplicando o produto ou ingrediente na parte superior das costas, mais suscetível ao aparecimento de comedões, ou menos frequentemente na face. A aplicação e monitorização têm uma duração total de 2128 dias, de forma a simular o uso cumulativo do produto. 



O que torna um ingrediente comedogénico?


A formação de comedões varia de pessoa para pessoa, sendo que diferentes substâncias se podem revelar comedogénicas por diversas razões, entre as quais:
  • Obstrução do folículo pilossebáceo (poro), por aumentar a viscosidade do sebo
  • Desencadeamento de uma reação alérgica ou irritativa (Ex: laurilssulfato de sódio, um surfatante)
  • Servir de fonte nutricional para bactérias responsáveis pelo desenvolvimento da acne (Ex: ácidos gordos). 
  • Corversão de substâncias não comedogénicas em substâncias comedogénicas por enzimas presentes na pele ou por ação da radiação UV.

O que torna o produto final comedogénico?

A ação comedogénica de um cosmético dependerá:
  • Do potencial comedogénico dos seus ingredientes
Mas também, e com igual importância:
  • Da concentração relativa (%) desses ingredientes no produto final
  • Da interação que cada ingrediente estabelece com os restantes constuíntes da fórmula
  • Da sensibilidade do utilizador do cosmético
Por isso, devem ser tidos em conta os testes realizados no produto final, e sobretudo a reação da pele de cada pessoa a cada produto.
Porque é que alguns produtos "não-comedogénicos" podem piorar a acne?

Embora haja protocolos estudados para este tipo de teste, nenhum deles está definido nem a sua realização é verificada pela entidade reguladora. Dois produtos diferentes podem ser considerados "não comedogénicos" com base em estudos efetuados em números muito diferentes de voluntários, nos quais o produto é aplicado em locais distintos do corpo, com diferentes durações para o estudo, ou até com uma avaliação do potencial comedogénico com recurso a diferentes metolologias analíticas. O método de avaliação da comedogenicidade é talvez uma das maiores limitações desta alegação, uma vez que uma grande parte dos fabricantes apenas avalia o potencial que o produto tem para originar comedões abertos (pontos negros), ignorando o seu efeito nos comedões fechados, pápulas (borbulhas) ou pústulas (quistos).

Isto não quer dizer que os fabricantes não façam estudos aos seus produtos, nem que os diferentes estudos de cada marca ou de uma marca em particular não sejam fidedignos.

Contudo, quando não há uma metodologia otimizada, verificada e comum a todos os fabricantes, é impossível ter uma boa garantia de que o produto não vai ser prejudicial para maioria dos consumidores.

Assim sendo, qual é a utilidade desta alegação?

Os produtos "não comedogénicos" terão sido pensados e desenvolvidos de forma a poder ser utilizados por pessoas com tendência a desenvolver comedões. Este tipo de alegação não pode ser encarada como uma garantia total de que o produto não vai aumentar o número de comedões, mas pode ser útil numa seleção de produtos.

Ainda assim, e para a garantir uma maior tolerância, poderá evitar produtos de consistência espessa, viscosos, ou gordurosos, priveligiando os fluídos e emulsões à base de água.

Se tem tendência para desenvolver comedões, a melhor forma de escolher os seus cosméticos é mesmo experimentando. E para experimentar nem sempre precisa de gastar dinheiro! Peça amostras ao vendedor ou diretamente ao fabricante, a partir da internet, e use-as por alguns dias.

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